Saturday, February 27, 2010

Velhinhos na nossa vida. . . :)

É. Avós. A coisa mais linda e estraga-filhos que Deus criou.
Ontem foi aniversário da minha avó. Eu não apareci, não dei nem um telefonema. Mas hoje eu saí com o meu primo, e cheguei na casa dela com presente e tudo. :)
E foi a coisa mais delícia desse mundo! Há muito tempo eu vinha sentido que não tinha avós. I mean, aqueles avós de quem todo mundo fala, sabe? Que te dão o colo mais gostoso que da sua mãe, e que te fazem doces e guloseimas sempre que você vai à casa deles, e que te contam histórias dos seus pais, dos seus tios, e as deles próprias e te fazem rir, e ficam por horas na cozinha só te contando essas histórias e te empanturrando de pães-de-queijo recém-saídos-do-forno e de sorvete e de chocolate e tornando inúteis todos aqueles metros de fio-dental que a sua mãe te fez passar nos dentes depois do almoço.
Hoje eu voltei a acreditar que tenho avós. Eu tenho duas avós e um avô vivos. E eu SEI que os avós que eu um dia já tive (esses de quem todo mundo fala) estão dentro desses que eu ultimamente tenho visto. Hoje eu vi isso. Porque todos eles passaram por fases tão difíceis que os esconderam dentro de si mesmos. Sinto falta dos mousses de chocolate e nozes, dos pães-de-queijo, das histórias engraçadas, do colo, do chá mate e pão com peito de peru, queijo e tomate que eu sempre comia antes de ir pra aula, do um real pra bala, e toda aquela coisa de ser sempre o "netinho da vovó". Mas eu sei - EU SEI - que isso tudo ainda há de voltar. De algum modo. Porque hoje uma parte disso voltou. E que venham as próximas!

Eu achei, quando o meu avô morreu, que eu tinha perdido a alegria de visitar os meus avós paternos pra sempre. Achei. Porque eu achava que era ele a alegria daquela casa. Porque eu não conhecia a minha avó. E, porque hoje ela me contou a história da vida dela, eu vi que não tem que ser assim. Não é uma PESSOA quem faz a alegria da casa. É todo um contexto. O amor, o aconchego, a vontade de ter pessoas queridas por perto, a vontade de agradar.
E eu vi o quanto os meus tios fazem pouco caso disso. É incrível a felicidade, o brilho nos olhos da minha avó quando eu vou com o meu primo visitá-la e nós ficamos a tarde inteira conversando, ouvindo histórias e nos divertindo juntos, nós três. Mas é incrível também o quanto os seus próprios filhos são grossos, e na minha sincera opinião, ingratos a tudo que ela fez e ainda faz por todos eles. É incrível a convivência - ou falta dela - deles com ela. É incrível como, com tantas histórias lindas que nossos avós têm pra contar, os seus filhos se trancam nos respectivos quartos, com a televisão na maior altura, ou o computador ligado, e não as ouvem. Nós estávamos lá, os três, na cozinha, conversando, rindo, tomando sorvete, comendo pão-de-queijo. Será que era muito esforço não chegar na cozinha só pra pedir a ela pra fazer mais café?


Sim, nós vamos escrever um livro juntas. E eu vou dar um jeito de publicá-lo. É uma promessa que fiz a mim mesma, e a ela.


E, olha, avós são a oitava maravilha do mundo. Que atire a primeira pedra quem descobrir coisa melhor!